Autoestima
8 de julho de 2021
Autoestima

A autoestima é um dos assuntos mais falados atualmente e infelizmente também um dos assuntos mais tratados com pouca profundidade.
Somente através do significado da própria palavra conseguimos entender que a extensão é muito maior do que comumente encontramos. A palavra autoestima tem em si um significado muito amplo e importante, porque vai além de um conceito, na verdade ela é uma prática e pode se manifestar de maneira positiva ou negativa.
A autoestima significa o valor que atribuímos a nós mesmos e nossa capacidade de nos amar. É o ato de amar a si mesmo, que requer atitudes como o autorrespeito, a autoaceitação e o autoconhecimento.
A autoestima não pode ser considerada um estágio final acumulativo, onde cada conquista aumenta pontos positivos, e sim um caminho que agrega sentido à vida de cada um. Por isso, muitas dessas práticas são conhecidas como decisões de auto amor, que são capazes de aumentar a nossa percepção amorosa e cuidadosa.
O autoconhecimento significa ter consciência de nossa história e de todos aspectos de nossa personalidade. A autoconfiança, de acordo com a especialista, é acreditar em nossos pensamentos e decisões, tendo em vista que temos coerência em nossas ideias respeito de nós mesmos.
Exercer o autoconhecimento deve ser uma prática cotidiana, que pode estar presente nas mais corriqueiras atividades, mas que podem nos dizer muito sobre nós. Estar aberto a identificar nossas afinidades, nossos desgostos, necessidades, desejos, medos, sonhos, esperanças, é estar disposto a começar a traçar o caminho para se cuidar com amor.
Podemos também pensar na autoestima como o caminho necessário para se atingir algum objetivo. Através do conhecimento de nós mesmos temos a possibilidade de escolha.
E não existe nada mais individual e potente que nossas escolhas, através delas nos expressamos, nos empoderamos, e a partir disso, criamos. Tendo em mãos a chance de criar por meio de nossas escolhas o nosso caminho, fica muito mais fácil lidar com o amor próprio.
Claro que, muitas vezes ainda não temos maturidade e conhecimento próprio necessários para se reconhecer os ganhos desse caminho e acabamos atrelando a autoestima ao objetivo alcançado.
A vida não é feita de vitórias contínuas, apesar de sermos orientados a pensar dessa forma. Há dias em que iremos acreditar no que o mundo nos conta e talvez apenas não nos sintamos bons o suficiente, ou nos deparamos com escolhas erradas. É no reconhecimento dos erros que temos a possibilidade de nos compreender melhor e buscar o aperfeiçoamento contínuo.
Nós não precisamos dar conta de tudo, ter o corpo perfeito ou ser emocionalmente exemplares. Nós não precisamos nos amar o tempo inteiro. Existe espaço dentro de nós para as decepções e as dúvidas - e está tudo bem esse espaço existir.
O que precisamos é aceitar nossa humanidade, que engloba falhas e forças. Quando aprendemos a fazer isso, podemos nos sentir confortáveis em nossa própria pele, o que nos fornece segurança para apenas ser quem somos.
Uma autoestima estável está relacionada ao nosso senso de autopreservação.
Por outro lado, existe também a baixa autoestima, que ocorre quando somos rejeitados, desvalorizados ou não gostamos de nós mesmos.
Infelizmente são muitos os casos de pessoas com baixa autoestima. Em alguns deles, a questão é tão complicada que pode levar a um quadro de depressão.
A baixa autoestima afeta todas as áreas da vida do indivíduo: no trabalho, na família, na escola e, possivelmente, em todos os demais setores e ambientes que esse indivíduo está inserido.
Inclusive, é fácil notar quando alguém não se gosta, quando está sempre com humor negativo – tudo isso tende a fazer com que os demais se afastem, e isso acaba tornando-se um ciclo: quanto mais as pessoas se afastam, mais o indivíduo com baixa autoestima tende a isolar-se, sentindo-se cada vez mais triste e deprimido.
Sintomas que alertam para a baixa autoestima:
Faz auto avaliações frequentes perguntando: Por que sou assim?
Sente cansaço e estresse constantes diante das atividades normais do cotidiano.
Sorri raramente e tem uma visão negativa das pessoas que convive.
Prefere ficar sozinho a conhecer novas pessoas. Tem dificuldade em fazer novas amizades.
Sente-se incapaz de atingir objetivos anteriormente determinados.
Acha que as coisas só dão certo com os outros.
Culpa os outros pelos próprios erros.
Evita fitar os olhos do interlocutor ao conversar.
Acha-se o motivo do aborrecimento alheio.
Teme o futuro, achando que coisas ruins vão acontecer.
A terapia com um psicólogo contribui muito nos casos de baixa autoestima.
Durante a terapia, o paciente vai se conscientizando de que é, sim, diferente dos outros, mas que isto não é um problema e a partir daí poderá conquistar sua independência, ou seja, não será mais dependente do amor e da aceitação dos outros, saberá se reconhecer e amar por aquilo que é.
A autoestima deve ser sempre trabalhada e desenvolvida para que tenhamos relacionamentos saudáveis e, enfim, fiquemos satisfeitos.
E que o sentimento de felicidade seja a porção constate em sua vida!
Denise Ravin - Psicóloga Clínica
Kátia Lapate - Psicóloga Clínica