Depressão
9 de agosto de 2021
Depressão

DEPRESSÃO
A depressão é uma doença psiquiátrica crônica que tem como sintomas tristeza profunda, perda de interesse, ausência de ânimo e oscilações de humor. Muitas vezes é confundida com ansiedade e pode levar a pensamentos suicidas. O desânimo sem fim é fruto de desequilíbrios na bioquímica cerebral, como a diminuição na oferta de neurotransmissores como a serotonina, ligada à sensação de bem-estar. Assim, é essencial diagnosticar a doença e iniciar acompanhamento médico.
O impacto dos sintomas varia de acordo com a sua gravidade (ligeira, moderada ou grave) e a sua duração, mas sabe-se, atualmente, que a depressão é a doença que mais contribui para as mortes por suicídio e a que mais provoca incapacidade na atividade produtiva. As consequências nos contextos familiares, sociais e profissionais são, por vezes, devastadoras.
A depressão é, muitas vezes, uma doença silenciosa, onde o apoio profissional, familiar e social são fundamentais para uma boa recuperação.
Compreender a depressão ajudará a preveni-la e a diminuir o estigma que frequentemente impede que a pessoa peça ajuda.
Hoje se sabe que a depressão não promove apenas uma sensação de infelicidade crônica, mas incita alterações fisiológicas, como baixas no sistema imune e o aumento de processos inflamatórios. Por essas e outras, já figura como um fator de risco para condições como as doenças cardiovasculares.
Importante ressaltar que há uma grande diferença entre tristeza e depressão. A tristeza pode ocorrer desencadeada por algum fato do cotidiano, em que a pessoa realmente sofre com aquilo até assimilar o que está acontecendo.
Por sua vez, a depressão se instala e se não for tratada pode piorar e passar por três estágios: leve, moderada e grave.
A depressão em nível leve geralmente pode ser controlada sem medicamentos, sendo tratada com terapia e exercícios físicos, por exemplo.
Já os níveis moderado e grave têm o auxílio de medicamentos para amenizar os sintomas da depressão, além da terapia e outras opções para melhorar a qualidade de vida do paciente, prescritas por psicólogos e psiquiatras.
Sintomas de Depressão
Geralmente a pessoa pode apresentar dois ou mais dos seguintes sintomas abaixo, fique atento:
Emocionais
• Apatia
• Falta de motivação
• Medos que antes não existiam
• Dificuldade de concentração
• Perda ou aumento de apetite
• Alto grau de pessimismo
• Indecisão
• Insegurança
• Insônia
• Falta de vontade de fazer atividades antes prazerosas
• Sensação de vazio
• Irritabilidade
• Raciocínio mais lento
• Esquecimento
• Ansiedade
• Angústia
• Vontade de morrer
Físicos
Além dos sintomas emocionais, a depressão também dá sinais físicos. Entre eles:
• Dores de barriga
• Má digestão
• Azia
• Constipação
• Flatulência
• Tensão na nuca e nos ombros
• Dores de cabeça
• Dores no corpo
• Pressão no peito
• Queda da imunidade
Causas da depressão
Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão, considerada por muitos como o "Mal do Século".
Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.
A depressão pode ser causada por estímulos endógenos (relacionados com o próprio indivíduo) ou por estímulos exógenos (relacionados com as diversas circunstâncias adversas que rodeiam o indivíduo), podendo ser considerada como uma patologia biopsicossocial.
História Pessoal
Os traumas sofridos nos primeiros anos da infância certamente aumentam as probabilidades de uma pessoa vir a sofrer de depressão. Ela atinge pessoas de todas as faixas etárias e tem pouca relação com classe social, grau de inteligência ou de êxito na vida. Embora algumas depressões se manifestem sem causa aparente, a maioria das depressões constitui uma reação à mudança na vida da pessoa.
Perdas
As perdas podem ser de qualquer ordem, por exemplo: a perda de um ente querido, separação conjugal e divórcio, filhos que vão morar longe dos pais, rejeição por parte do parceiro. Quase sempre as situações de perda resultam em sentimentos de luto.
Acontecimentos que diminuem a autoestima
São muitos os acontecimentos na vida de uma pessoa que podem atingir fortemente o seu sentimento de autoestima e valor pessoal. Fracassos pessoais, ser rejeitado ou criticado, cometer erros, etc.
Estresse prolongado
Quando as tentativas de dominar situações estressantes são infrutíferas, a pessoa pode começar a se sentir impotente, desamparada ou desprovida da capacidade de controlar a situação.
Doença física
Além de poder causar dores intensas e contínuas. limitações físicas ou até risco de vida, as doenças podem produzir grande sofrimento emocional. Essas mudanças drásticas no estilo de vida do doente são capazes de causar um quadro depressivo.
Fatores biológicos
O cérebro humano contém importantes estruturas que desempenham papéis relevantes na regulação das emoções e de diversos ciclos biológicos.
Infelizmente, várias coisas podem causar um desequilíbrio ou disfunção nesses fatores químicos do cérebro. Quando isso ocorre, o resultado pode ser uma depressão biológica.
Vale destacar que os fatores podem vir combinados entre si, o importante é buscar ajuda profissional para obtenção de um diagnóstico adequado e consequentemente um tratamento positivo.
Tratamento da depressão
A depressão, nos seus vários tipos, pode provocar consequências sérias no funcionamento psicológico, físico, social e profissional da pessoa. Contudo, o tratamento existe e quanto mais cedo ele for iniciado melhor será o prognóstico.
O principal tratamento para a depressão consiste na intervenção psicoterapêutica. É importante que a pessoa compreenda o que se está a passar consigo, os fatores que podem ter desencadeado a doença ou que tenham feito com que ela se manifestasse de forma mais evidente. Através da psicoterapia, ou acompanhamento psicológico, a pessoa sentir-se-á mais compreendida e trabalhará estratégias adequadas ao seu caso, motivando a resolução de problemas e o fortalecimento de suporte social.
Em certos casos, em que os sintomas se assumem como moderadamente ou extremamente incapacitantes, deve ser equacionada a terapia medicamentosa, nomeadamente o uso de antidepressivos (mediante prescrição médica). No entanto, é importante realçar que a medicação não trata o problema, apenas atenua os sintomas. Para que a pessoa consiga efetivamente assumir novamente o controlo da sua vida e melhorar o seu bem estar físico e psicológico é necessário que a medicação seja acompanhada de psicoterapia, existindo, desta forma, o recurso a terapia combinada (psicoterapia + medicamento).
A atividade física também é muito importante, pois ela proporciona distração e convívio social, além de liberar substâncias como endorfina e serotonina, responsáveis por melhorar o humor.
Praticar esportes, seja de curta ou longa duração, causa bem-estar mental e melhora psicológica na maioria das pessoas. Bastam 15 a 30 minutos de exercícios em dias alternados para sentir os efeitos positivos.
O mais importante é a pessoa compreender que é muito importante dar o primeiro passo em busca da ajuda, e que como seres humanos estamos sujeitos a inúmeras dificuldades e doenças, mas também possuímos a capacidade de ação no sentido de buscar o melhor para nóse ressignificar nossa vida como um todo!
Denise Ravin – Psicóloga Clínica
Kátia Lapate – Psicóloga Clínica